Um dos mais antigos cooperados da Cocamar ainda em atividade, Teruo Watanabe, cadastrado com o número 469, completou 87 anos no dia 12 de outubro. Morador em Maringá (PR) e dono de propriedade rural em Rondon, a 85km, ele foi um dos primeiros a apostar no plantio comercial de pomares de laranja no noroeste do estado, depois de convencido pela cooperativa.
Bom negócio - Segundo se recorda o produtor, o técnico insistiu tanto na época, explicando que seria um bom negócio investir na citricultura, que ele acabou aceitando, não sem impor antes uma condição: muito apegado ao café, disse que plantaria sim, mas só se fosse no meio do cafezal.
Não se arrependeu - Claro que Teruo fez tudo como mandava o figurino, seguiu as orientações técnicas da cooperativa e não se arrependeu: com o tempo, formou um pomar de referência e até já foi um dos campeões de produtividade entre os cooperados.
A família - Atualmente são 21 mil pés conduzidos com capricho e o acompanhamento direto da esposa Regina e da filha Júlia. Graduada em farmácia, Júlia dedicou-se por muitos anos ao seu ramo e, depois de formados os filhos, deixou o negócio para “aprender com o pai”. São quatro irmãos, dos quais ela e Eurico participam da gestão da atividade rural (ele na propriedade de café da família em Minas Gerais).
Se destaca - Nascido em Lins (SP) e desde 1953 em Maringá, cidade para onde os pais se mudaram com a finalidade de fazer a vida produzindo café, Teruo Watanabe não é um produtor comum. Ele se diferencia por estar sempre imaginando soluções para aprimorar o trabalho no campo. Conta que quando se depara com uma situação que possa ser melhorada, põe a cabeça para matutar e não descansa até alcançar o seu objetivo.
Ideia - Foi assim que, neste ano, depois de observar o desgaste dos colhedores de laranja ao longo de um dia de trabalho, subindo e descendo inúmeras vezes com suas sacolas a escada utilizada no pomar para alcançar os frutos mais altos, que ele teve uma ideia.
Sem peso - Imaginou que a sacola poderia ser estendida até o chão, perto do beg onde são acumuladas as laranjas, evitando assim que o trabalhador tenha que ficar suportando o peso da sacola até enchê-la, o que dá 25 kg. Melhor: ele poderia apanhar os frutos sem a necessidade de ficar descendo a escada toda vez que ela estiver cheia.
De metro - Nasceu, assim, a “sacola de metro”, como Teruo denominou, a qual se semelha, na verdade, a um cano costurado em lona, com seis metros de comprimento. À medida que vai apanhando as laranjas, o trabalhador as deposita no interior da “sacola de metro” e elas deslizam suavemente pelo cano até o nível do chão. Ao atingir uma determinada quantidade, o apanhador desce para recolher os frutos no beg.
Teste - A filha Júlia comenta que o funcionário da propriedade, Sérgio de Azevedo Silva, se incumbiu de testar a novidade, a exemplo do que faz sempre que o proprietário aparece com uma de suas soluções criativas. “Ele dá palpites para melhorar e é um grande incentivador”.
Vantagens - De acordo com Teruo, com a “sacola de metro” (cujo desenho industrial já foi registrado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial), o trabalhador não carrega peso e executa o serviço de maneira mais confortável. Ele lembra que era comum ver apanhadores colocando espumas sob as alças da sacola tradicional, nos ombros, por ficar pesada. Da mesma forma, há diminuição do sobe e desce na escada (o que torna o trabalho mais seguro) e estima-se que a produtividade da equipe de colheita, com a adoção dessa sacola, tenha aumentado em pelo menos 20%. “O resultado tem sido bom”, resume o produtor.
“Minhocão”- Júlia informa que a mãe é quem costurou a lona para fazer a sacola idealizada pelo marido. No primeiro protótipo, foi usado plástico de sacaria (ráfia), que não deu certo. Diante da repercussão positiva dos trabalhadores com o modelo atual, o qual chamaram de “minhocão”, o Instituto Cocamar tomou conhecimento da novidade e, autorizado pelo idealizador, mandou fazer 100 unidades para que fossem testadas em outras propriedades.
Funciona bem - O técnico em segurança da cooperativa Coopsoli, Rodrigo Toledo, avalia que a “sacola de metro” vem tendo boa aceitação junto aos trabalhadores. “Ela funciona melhor para as colheitas em plantas altas, mas no caso de plantas baixas é possível adaptar o comprimento”, afirma. Fundada no ano passado, a Coopersoli integra citricultores credenciados a produzirem laranjas destinadas ao mercado justo, o que ainda não é o caso dos Watanabe.
Tentativas - Animado, Teruo faz planos de expandir entre os citricultores a utilização de sua “sacola de metro”. Aliás, desenvolver ou adaptar soluções para melhorar a rotina na propriedade e o bem-estar dos trabalhadores, tem sido uma característica do produtor. Antes de chegar à “sacola de metro”, ele havia tentado adaptar um gancho para a colheita das laranjas, sem que o apanhador tivesse que subir em escada, mas a iniciativa não apresentou o resultado que se esperava.
Agradecido - Religioso, Teruo diz que foi iluminado por Nossa Senhora Aparecida (o dia da padroeira é celebrada na mesma data do seu aniversário, 12/10). E agradece à Cocamar por ajudá-lo a levar adiante a sua ideia, em especial o gerente técnico Robson Ferreira e o técnico Rodrigo Toledo. (Imprensa Cocamar)
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